Após ter sido ciclista de pista, ciclocross e gravel, a norte americana Christina Birch foi selecionada para compor a classe de candidatos a astronautas da geração Artemis da Nasa e pode ser a primeira mulher a ir à Lua.
Christina Birch (35 anos) teve uma carreira bem-sucedida no ciclismo. Conquistou onze campeonatos nacionais e ouro em dois Jogos Pan-Americanos.
Além do vitorioso currículo no ciclismo, a Birch conta um currículo acadêmico que inclui licenciatura em matemática, bioquímica e biofísica molecular. Ela também tem doutorado em engenharia biológica pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Conforme divulgado no comunicado à imprensa emitido pela NASA, os candidatos a astronauta se apresentam em janeiro de 2022 para dar início a dois anos de treinamento em cinco categorias principais, que são: "operação e manutenção dos sistemas complexos da Estação Espacial Internacional, treinamento para caminhadas espaciais, desenvolvimento de habilidades robóticas complexas, operação segura de um jato de treinamento T-38 e habilidades no idioma russo".
Se aprovados após a conclusão do treinamento "eles podem ser atribuídos a missões que envolvem a realização de pesquisas a bordo da estação espacial, lançamentos do solo americano em espaçonaves construídas por empresas comerciais, bem como missões espaciais para destinos como a Lua na espaçonave Orion e foguete Space Launch System da NASA", diz o comunicado.
O grupo extremista Talibã tomou o controle de Cabul, capital do Afeganistão, no último domingo (15), assim como já haviam feito nas maiores cidades do país levando medo e pânico à população local. O clima é de tensão e o mundo inteiro assiste às cenas de desespero das pessoas tentando fugir daquele lugar.
O Talibã é um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e, sobretudo, no Afeganistão, a partir de 1994. Grupo governou o país afegão entre 1996 e 2001, quando foi derrubado pelos Estados Unidos.
Agora, com forte ofensiva, o Talibã volta ao poder após duas décadas de intervenção norte americana no Afeganistão.
Qual o risco do Talibã para as mulheres ciclistas afegãs?
Em 2018 o documentário Afghan Cycles contou a história de uma geração de mulheres afegãs que pedalavam como forma protesto e para enfrentar as inúmeras barreiras culturais e de gênero utilizando a bicicleta como um veículo para a liberdade, capacitação e mudança social.
A produtora de Afghan Cycles, Shannon Galpin, passou quatro anos no Afeganistão (2012-2016) trabalhando com a primeira geração de mulheres ciclistas e começou a trabalhar e treinar com a Equipe Nacional de Ciclismo Feminino do Afeganistão e vários clubes de ciclismo provinciais equipes que estavam surgindo na época. A presença de Galpin funcionou como um incentivo ao ciclismo no país.
Em 2016, um grupo formado por 12 ciclistas afegãs (a história delas está no documentário) foi indicado ao Nobel da Paz por conta da revolução propagada por elas com o uso da bicicleta no país.
Agora, com a insurgência do Talibã, todo esse trabalho de valorização das mulheres por meio do ciclismo que veio evoluindo nos últimos anos corre sério risco de desaparecer no Afeganistão por conta da supressão de direitos impostas pelos talibãs.
Quando o Talibã governou o Afeganistão entre 1996 e 2001, as mulheres não tinham direitos. Elas não podiam trabalhar e nem estudar. Só podiam sair de casa com o rosto coberto e acompanhadas por um parente. Andar de bicicleta seria considerado uma ofensa social, uma imoralidade e a mulher poderia ser apedrejada.
Malala viu de perto os horrores do Talibã
A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do prêmio Nobel da Paz e que viveu de perto os horrores do Talibã e que, em 2013, foi baleada na cabeça por integrantes do grupo, se declarou "profundamente preocupada com as mulheres afegãs".
"Assistimos em completo choque enquanto o Talibã assume o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com as mulheres, as minorias e os defensores dos Direitos Humanos. As potências globais, regionais e locais devem exigir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis", escreveu a ativista.
São histórias incríveis como as registradas no documentário Afghan Cycles que podem ser descontinuadas no Afeganistão com a chegada do grupo extremista Talibã, acabando com a liberdade dessas mulheres e causando males ao país.
Veja abaixo o trailer do documentário Afghan Cycles